terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Pela simplicidade do leste ou do nordeste

Extrato de conversa com irmão:


"Sim, meu irmão. A verdade é que é muito dificil encontrar alguém, pois, em geral, o ser humano é formado pelo desejo e esse desejo tem duas polaridades: da serpente (o ego) e do eu-messianico (humildade/altruísmo). 

Acontece que o ego é muito mais prazeroso, nos sentimos bem com a realizaçao dos desejos. O problema é que os desejos tem um curto prazer, momentaneo, então queremos sempre mais. Igual um chocolate, comemos e daqui a 20 minutos queremos outro, e outro e outro, mas quando comemos demais, enjoamos....Daí queremos algo salgado para contrabalancear, mais um e outro e outro, e voltamos para o doce. É interminavel, sao prazeres curtos, pouco duradouros. O ego faz isso, seja na comida, no desejo ou em qualquer outra coisa de nossa vida. 

Já o lado messianico trabalha com prazeres mais duradouros, fora dos cincno sentidos. É algo mais espiritual, como o amor de mãe, por exemplo, que é meio que eterno. Podemos fazer o que for, a mãe sempre amará seu filho. Esse tipo de prazer, perene, duradouro, é mais dificil e raro, é como nossa impressão que temos da aparência humilde do leste europeu ou do nordeste brasileiro, pois sabemos que pessoas assim não querem o prazer pequeno, elas querem a entrega total, o amor de mãe, por isso são raras, mais dificeis. Engana-se quem vê fotos, videos, relatos e tudo mais pela internet de casais felizes a passear em praias. 

A maioria dos artistas tem cinco ou seis casamentos. Há quem conte mais de dez em alguns casos. É como o chocolate, dura 20 minutos, 20 dias. Então é mesmo uma coisa intima, nossa mesmo, a procura pelo simples, pelo humilde, que nos faz acreditar que não é necessario muito para viver bem, e que nessa simplicidade está o verdadeiro lado messianico das coisas, do altruismo, do compartilhar em simplesmente ver a pessoa bem, feliz, como o amor de mãe, é dela, mas totalmente dedicado ao filho. Assim amamos, para o outro, sem pensaarmos em nós, mas para ver o outro feliz e vice-versa. Se assim for, como bem dito, pela simplicidade do leste ou do nordeste, o equilibrio reina.

sábado, 4 de julho de 2020

A real distopia do futuro e a necessidade de cooperação: repensando o Eu de forma holística

Os dados estão se tornando o capital mas importante do mundo, de acordo com o Professor da Universidade Hebraica de Jerusalém,Yuval Noah Harari. Antes o capital era a terra, controlada pela política. Com o passar do tempo, as máquinas substituíram a terra, então a política passou a controlar as máquinas por meio da aristocracia. Nos dias atuais, os dados roubam o lugar da terra e das máquinas, restando a política controlá-los. Da mesma forma que temos leis e regulamentos para terras e máquinas, devemos ter para o uso dos dados, pois não sabemos onde isso tudo pode parar. 


Assim, há uma responsabilidade muito grande por parte do povo em eleger seus representantes e cobrar medidas para regulamentação a respeito do uso dos dados e da tecnologia, de modo a evitar que ela venha a criar uma ditadura digital, manipulada pelos interesses de uma elite e até mesmo política. Para o Professor Harari, quanto maior a potência da ciência, maior é a impotência da razao e precisamos estar atentos a isso, especialmente por intermédio da Academia, das Ciências Humanas, tão necessárias e fundamentais nos dias atuais. Isso porque as descobertas nos dão poder, mas ainda não temos condições para usar isso com responsabilidade ou com sabedoria, nos falta razão. A energia nuclear é um exemplo prático disso. 

E isso esta acontecendo novamente quando falamos a respeito da tecnologia, principalmente relacionada aos dados e uso de algorítimos. A Inteligência artificial e a biotecnologia, nos dão poder divino para que possamos ser deuses, manipular a natureza e a controlar, temos habilidades que são divinidades, podemos criar vida, mas ainda há limitação intelectual em como usufruir e controlar isso, principalmente dada a dificuldade da classe política em entender o uso e as consequências. Assim, o perigo é tomarmos decisões erradas e depois não sabermos como frear ou manipular isso. 



Para tanto, importante perceber que quebrar o monopólio dos dados é complicado. Isso porque diferentemente de um produto, os dados, as mídias sociais, tem natureza monopolista, as pessoas não têm preferencias ou opções por uma rede social ou outra, até porque só existe uma de cada e todos querem estar na mesma, daí, o monopólio de acesso aos dados das pessoas. Há uma tendência ao monopólio. Por outro lado, para a ciência, quanto mais dados concentrados, melhor é a estatistica e previsões. A análise se torna melhor e mais precisa. No entanto, se uma determinada pessoa, país, instituição domina e tem o monopolio dos dados, ela pode vir a direcionar, determinar e até perseguir essa pessoa, conhecer mais sobre a pessoa do que a própria pessoa simplesmente por opções, olhar, gosto e etc. 


Assim, é necessário cooperação. Para engrentar os dilemas do séc. XXI, será necessário muita cooperação global, para que bons exemplos, ideias, leis, regulamentos, possam ser oferecidos e compartilhados por todos. Neste ponto, necessário mencionar que cooperação global não significa abrir mão de nacionalismo. Da mesma forma, falar de nacionalismo não significa ser algo ruim ou pejorativo, desde que o nacionalismo não leve em conta ser contrário ao estrangeiro. Há uma falta de entendimento a esse respeito, pois nacionalismo é algo bom. Não há qualquer contradição entre nacionalismo e globalismo. Entretanto, há que se perceber que para proteger os patriotas, temos de cooperar com os estrangeiros. Os temas de mudança climática, segurança internacional, imigração, refugiados são globais e não há como lidar com eles sem uma presença e participação global, cooperando com as pessoas nos outros paises. Nacionalismo não é odiar estrangeiro!

De toda forma, é possível afirmar que hoje se coopera mais do que se cooperava no passado, ainda que sejam perceptíveis conflitos, guerras e situações de crise entre nações. A este respeito, podemos notar uma rede global de comércio com regras acordadas e em funcionamento, partidas de futebol e copa do mundo, dentre outras iniciativas que demonstram que o sistema global funciona e existe, isto é, a paz é uma realidade com ressalvas. Alguns dizem que o açúcar é mais perigoso do que a pólvora atualmente. Antes, a falta de concordância não permitia que a paz acontecesse e hoje as negociações e concordância são maiores. O que é preciso é que haja concordância também com os temas de inteligência artificial para que possamos superar qualquer crise que possa vir existir. 


Para esse aspecto, o que mais precisamos no séc. XXI é de cooperação global. Somente por meio da cooperação poderemos superar os desafios tecnológicos a fim de evitar uma ditadura digital. Assim, iniciativas globas de regulamentar as tecnologias perigosas, armas novas, armas autonomas, sistemas de vigilancia, mecanismos que seguem as pessoas, até mesmo em países que nao tem isso, cada vez mais se torna necessário regular e discutir o assunto. Além da cooperação, é fundamental que a educação esteja ciente e alinhada com essa realidade, portanto, as ciências humanas, capazes de entender o comportamento, analisar os aspectos inerentes às sociedades, á política e às leis, pode e deve ser o instrumento de conexão necessário para a cooperação, tão necessária aos países que não conseguem fazer e executar ações nesse sentido por conta propria, uma vez que são vulneráveis e não têm condições.


Com isso, pode-se dizer que cada vez mais cientistas sociais são necessários. Mais ainda, é necessário o pensar filosófico, a introspecção, a conexão com o espiritual, com o Eu da alquimia, da cabalá, do hermetismo, da teosofia, da eubiose, enfim, passa a ser fundamental reforçar o papel das Ciências Humanas neste momento, assim como tornar acadêmico o saber espiritual que discute a essência humana, seus valores, capacidades e pensar, para que possamos melhor nos conhecer melhor, de modo a evitar que os algorítimos em uma possível ditadura digital nos conheça e nos direcione para uma forma de dominação que com o passar dos anos poderemos pensar ser de nossa vontade, mas que no fundo foi moldada e conduzida pelo sistema, algorítimos e dados. 



quinta-feira, 2 de julho de 2020

Racismo e desigualdade social: um debate ainda necessário.


A questão racial no Brasil e no mundo ainda é um assunto longe de ser resolvido. Na entrevista épica com o Prof. Hélio Santos podemos ter uma idéia de como o assunto era encarado anos atrás pela mídia e traçarmos uma comparação de como ele é visto hoje. Mudou muito? Há diferenças? Quais perspectivas temos? O que aprendemos e construímos desde então? Interessante notar que, pelo ano da entrevista, percebemos que não é um pleito recente, portanto, há muito o que se refletir a esse respeito.

Prof. Hélio Santos é Mineiro de Belo Horizonte, estudou e deu aulas muito tempo em São Paulo, onde se tornou doutor em Administração pela FEA-USP, até radicar-se em Salvador, Bahia, onde leciona hoje no Mestrado em Desenvolvimento Humano da secular Fundação Visconde de Cairu. Pesquisador da temática sociorracial no Brasil, Helio Santos é autor de A busca de um caminho para o Brasil: a trilha do círculo vicioso (Editora Senac, 2000), ensaio que discute o desenvolvimento do país sob a ótica sociorracial. Foi coautor de várias obras na sua especialidade e publica regularmente artigos sobre desenvolvimento humano e diversidade. É também consultor de gestão da diversidade de várias organizações, entre elas Itaú-Unibanco, Abril, CPFL e Ford Foundation.


Vale a pena conferir.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A última pérola que encontrei no livro Pérolas

Dando sequência aos meus humildes comentários sobre o livro "Perólas de Yehoshiahu", de Rabi Yehoshiahu Pinto, gostaria de falar sobre confiança. Tema que aparece quase no fim do livro e que achei interessante abordar. Me parece mais uma auto-ajuda, mas longe desses livros, que particularmente não me interesso muito, as Pérolas de Yehoshiahu são mais comentários filosóficos do que simples auto-ajuda.

Sobre confiança, me chamou muita atenção o trecho que fala do medo. Sobre medo recomendo até ouvir a música escrita por Arnaldo Antunes chamado medo. O medo é, na maioria de suas vezes, um sinal psicológico, algo que alimentamos e que muitas vezes é pequeno, mas com a intensidade dos pensamentos negativos aumentamos a proporção do medo que o torna terrivelmente assustador em nossas vidas. Isso acontece com um amor, com timidez, com o emprego, com amizade, com dinheiro e com qualquer outra coisa. São preocupações desnecessárias que se agravam com o sentimento do medo, nos destruindo por completo.

As vezes o medo é tanto que nos leva a morte, o medo psicológico. Como uma cobra que nos morde e só por conta do medo ficamos tão apavorados que aumentamos a pressão arterial, a pulsação do coração e morremos sem mesmo termos dado chance de procurar um antídoto. O medo é terrivelmente poderoso, por incrivel que pareça, mas devemos nos policiar e nos controlar. De acordo com o livro, "ao homem cabe dominar o seu coração e frear seus temores para que estes medos não venham a controlá-lo".

Mais do que isso, de acordo com os ensinamentos do texto em apreço, todos nós temos pensamentos pessimistas, de fracassos. Sempre nos preocupamos e pensamos pelo lado ruim, o que é comum e que sempre nos permeia, diariamente. Isso nos encaminha para o lado ruim mesmo, as vezes nossos pensamentos são tão fortes que somos enviados ao lado pior das coisas, mas é importante que façamos com presteza tudo o que estiver ao nosso alcance, especialmente se confiamos nos principios e designos de D'us, só assim teremos benesses.

Medo é uma doença, começa pequeno e vira pânico. Devemos diminuir esses temores enquanto são pequenos e isso é fácil se fazemos "Teshuva" um termo que se aproxima de caridade, mas que tem seu sentido mais amplo sobre o assunto. Boas ações são um bom remédio contra medos e receios do coração. Dentre outros. O importante é tentar controlar as paixões, sejam boas ou ruins, o equilíbrio é sempre o melhor caminho, para tudo na vida e essa é uma opinião pessoal minha.

Termino, assim, alguns breves comentários, de uma série já apresentada neste blog, sobre o livro Perolas de Yehoshiahu, de Rabi Yehoshiahu Pinto, tradução de Pessach Rosenbaum.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ciclo do Tempo

Todo mundo sabe que quando somos crianças queremos passar o tempo, brincamos de casinha, escritório, fingimos ser adultos. As meninas passam batom, os rapazes querem vestir terno. Usamos frases usadas, cruzamos as pernas e ainda achamos chique fumar um cigarro. Até chegamos a comprar o jornal, pra parecer um pouco mais intelectual.

Chegamos na adolescência e já nos sentimos adultos, independentes, donos de nós mesmos. Falamos igual gente grande, somos revolucionários. As leituras passam a ser instigante, emocionante. Descobrimos o sabor do beijo, o que é amar e estamos prontos para fase adulta. Quando chegamos lá percebemos que o bom mesmo era ser criança. Tudo que fazemos se transforma em problema, a vida em si é um problema e a cobrança deixa de ser dos pais e passa a ser da vida. Mas nem sempre os país deixam de cobrar. Por menos que parece eles gostam de comparar.

Geralmente comparam a situação do filho com a situação do filho do amigo, do vizinho ou do irmão. As vezes querem ajudar, mas acabam atrapalhando. E quando achamos que estão atrapalhando, percebemos depois que estão ajudando. Até que ponto isso é saudável? Até que ponto devem interferir? O tempo é muitas vezes cruel, porque ele simplesmente poderia passar rápido ou simplesmente poderia passar. Mas o compasso do tempo não muda, só muda para quem passa pela necessidade de medi-lo, de pensar que passou rápido e quando chega acha que está passando devagar.

Eu hoje não estou muito a favor do mundo, mas é só no dia de hoje, acho que vai passar. Eu só espero que o tempo não me prenda no azar. De repetir o mesmo dia sem poder me soltar. Afinal, só é livre quem esquece o relógio em casa e não conta dos dias da semana. Quando menos percebe, já está no fim do dia, do mês ou do ano. Felizes são aqueles que não dependem da boa vontade do relógio ou do discurso de um profano, que se julga santo e que nós estamos errados porque não somos iguais a fulano!

Eis o passar do tempo.

domingo, 24 de outubro de 2010

A prece para achar a alma gêmea

Já falei isso, mas dessa vez vos conto de uma forma mais detalhada.
Cada pessoa que nasce na Terra é metade de um inteiro, toda pessoa tem uma alma gêmea, e até um encontrar sua alma gêmea, se sente vazio, com uma falta inexplicável. Aqui está a importância de encontrar uma alma gêmea destinada.

Se você está sozinho e não sente este vazio, precisa de ser corrigido. Assim, temos o livro chamado Tikunim (Livro das Correções) que poderá ajudar neste assunto, a fim de que você tome o caminho certo para encontrar sua alma gêmea. Para tanto, devemos reconhecer que cada um de nós não podemos ser egoístas em tomar energias somente para nós, devemos compartilhá-la e transformar esta energia através do poder do AMOR. Verdadeiro amor faz com que encontremos a verdadeira alma gêmea.

O primeiro passo para que isso acontece é estar ciente e acreditar que estamos destinados a ter uma alma gêmea. Isto está escrito no Talmud, há mais de 2000 anos atrás. " 40 dias antes da pessoa se concebia a este mundo, ela é anunciada no mundo espiritual: a filha deste homem está destinada a casar com este homem, a casa neste lugar, será destinada para seu lar, e este campo (morada/negócio/profissão) é destinada par esta pessoa (Talmud Sota 2a.)"

A prece:

" 40 dias antes da pessoa se concebia a este mundo, ela é anunciada no mundo espiritual: a filha deste homem está destinada a casar com este homem, a casa neste lugar, será destinada para seu lar, e este campo (morada/negócio/profissão) é destinada par esta pessoa (Talmud Sota 2a.)"




Ribono Shel Olam, Mestre do Universo, esta é a lei espiritual do destino, a declaração foi feita antes de minha alma vir a Terra, por favor guie-me e ajude-me a encontrar o caminho certo para minha vida, o lar correto para viver e eu realmente quero encontrar minha alma gêmea, por favor, ajude-me a encontrar minha alma gêmea destinada que eu declarei para mim no paraíso 40 dias antes de eu ser concebido.

Por favor, Ribono Shel Olam, Mestre do Universo, encontre o caminho para mim onde não haverá outros caminhos, guie e coloque-me no caminho certo para o destino de minha alma, assim eu posso preencher minha vida com minha alma gêmea, que está precisando de mim assim como eu a preciso dela. Pelo amor de minha alma gêmea que precisa de mim, por favor ajude-me a encontrá-la assim possamos ser apenas um juntos."

O costume é dizer isso três vezes ao dia, a essencia da oração é que um afirma que a lei espiritual da declaração feita no paraíso 40 dias antes da concenpção, e depois pede a D'us para guiar a encontrar o destino e preencher a lei espiritual. O idioma pode ser usado o que achar melhor, o mais importante é abrir a oração e pedir por ajuda divinaa encontrar o destino. A prece deve vir com emoção e de dentro do coração, de um desejo sincero de encontrar a alma gêmea.

Isso pode levar até sete anos, depois de começar a mentalizar e fazer a prece. Mas o livro assegura que ninguém terá de esperar mais de sete anos. Também se recomenda ler o capítulo 29 de Genesis uma vez pela semana. É a história de Jacob e Rachel. O salmo 121 tabém é bom para a ocasião. Para homens é necessário ler o "Eshes Chayil" ao menos uma vez por semana, como é costumeiro cantar esta canção na sexta-feira na tarde anterior ao Kidush.

Acrescento Provérbios Capitulo 31, verso 10 a 31.

domingo, 17 de outubro de 2010

O Templo de Kalasasaya

Em português, Kalasasaya significa: o Templo das Pedras Paradas. Este Templo é localizado no sítio arqueológico de Tiwanaku, na Bolívia, quase perto do Lago Titikaka. Em momentos anteriores cheguei a falar de Tiwanaku, mas dedico este post especialmente ao Templo de Kalasasaya. É muito importante falar de Kalasasaya e de Tiwanaku porque os dois estão intimamente relacionados. De acordo com a mitologia Inca, aquele povo teria nascido proximo dali, no lago Titikaka. Entretanto, outros relatos são explanados sobre o local, pois civilizações pre-colombianas ali viveram muito antes dos Incas.

É impossível de se dizer exatamente o que se passou por ali, pois as informações são muitas e cada um tem uma versão diferente sobre o local. O que posso dizer é que é mágico, mítico e espetacular. A forma, as figuras, os monumentos e a precisão com que as coisas foram feitas ali merecem uma certa atenção e admiração. Não encontramos isso com facilidade em outras civilizações. Templos, relação da terra com o céu e singularidades do homem com o divino, com fenômenos astrológicos, isso pra mim é realmente muito especial. Quando nos transportamos da terra para o céu e estes "homens" tiveram a capacidade de se comunicar com os astros, as estrelas, mantendo um vínculo muito estreito com a natureza e seus fenômenos. Que o diga, ainda, com o Criador!

Para mim, um afixionado por Tiwanaku, gosto muito de ouvir relatos e histórias sobre aquele lugar especial. Li, outro dia, que o posicionamento de Kalasasaya, digo, Tiwanaku como um todo, possui uma "obliqüidade eclíptica". Isto é, como a Terra está inclinada sobre seu eixo em relação ao plano do sistema solar, o ângulo resultante quando visto da Terra faz com que os planetas do nosso sistema solar para viajar por todo o céu em uma linha chamada ao plano da eclíptica. Atualmente, a Terra está inclinada em um ângulo de cerca de 23º, mas isso não é constante. O eixo da Terra oscila lentamente entre 22º a 24º. Este ciclo, que se repete de um extremo ao outro leva cerca de 41 mil anos para ser concluído. Os alinhamentos no templo de Kalasasaya sugerem uma inclinação do eixo da Terra, no valor de 23 ˚ 8 "48, indicando a data de 15.000 aC

Entretanto, os estudos de carbono 14 não confirmam esta hipótese, pois datam de 136 AC. Aliás, outras teorias, como o deslocamento da crosta da Terra refutam a hipotese. Assim, teríamos duas alternativas onde uma delas estaria errada: ou a teoria do deslocamento da crosta terrestre está errada ou a outra teoria de que Tiwanaku é datada de 15.000AC. Com a prova do carbono-14 já temos algumas evidências, mas que os alinhamentos encontrados na cidade são muito curiosos são. O que tenho muita vontade de fazer é passar um tempo por lá, de preferência à noite. Com a escuridão do local e a luminosidade das estrelas, tenho certeza que poderei visualizar o mesmo céu de antigamente, observado por aquela civilização, naquele lugar.

Para mim, que sou um leigo em astronomia, é muito interessante pensar, como muitos outros pensam, quão geniosos e sábios eram os Incas e seus antecessores, que construíram cidades, monumentos, laboratórios e outras muitas invensões que só foram descobertas por nós anos depois. E se os espanhóis tivéssem poupado a vida dos Incas e não houvessem ocasionado o fim da civilização? Teriam eles evoluído com o passar dos anos? De certo, teríamos apreendidos técnicas que somente no dia de hoje são acessíveis. Penso ,ainda, que como eles tinham esta capacidade, poderiam outros seres, nos diversos planetas do mundo, terem adquirido esta sabedoria. Quero retornar a Tiwanaku, a Kalasasaya e descobrir mais alguns mistérios, ouvir relatos e aproveitar a energia sublime que emana daquele lugar fantástico.