Há quem diga que apreendi a gostar de música com fulano e com cicrano et caterva. A grande verdade é que apreendi a gostar de ouvir música com minha avó e mais ninguém. Não tive aulas especificas para apreender a ouvir música, mas desde pequeno sempre gostei de música clássica. Ouvia com minha avó em uma radiola que ela tinha debaixo da TV. Ouviamos vários discos, especialmente os da Banda de Fuzileiros Navais e "Rock Clássicos", sem contar o famoso Richard Clayderman, que não deixava faltar. Depois, quando fiquei mais velho, passei a frequentar a casa de um amigo que tinha um pai muito eclético e lá conheci outros estilos de música, que aumentaram meu arcabouço do que ouvir, onde e como ouvir. Ouvir música acalenta a alma, coloca o corpo em repouso e nos faz refletir muito. Graças a D'us podemos ouvir música, podemos cantar e podemos fazer música!
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- Funk do Faraó (Paulinho Rosenbaum). Este é um CD amigo, um CD diferente. É o CD que serve para todos aqueles que entendem e que querem entender o que é Tropicasher. Eu não sei se já peguei o "espírito da coisa", mas confesso que sou um fã deste trabalho que desperta ao menos curiosidade. É um CD repleto de sambas, de músicas alegres que manifestam a mistura de duas culturas parceiras, amigas que sabem coexistir e viver juntas. Uma respeita o espaço da outra e essa é a grande importância de ser e viver o Tropicasherut! Vale a pena conferir.
- Amused to Death (Roger Waters). Talvez o melhor CD da carreira solo de Roger Waters. As teorias mais alinhadas com a esquerda, sua aversão aos problemas do mundo e toda sua revolta com os novos tempos também estão neste épico CD que vem com um macaco assistindo TV na capa do CD. O CD é mais melódico e traz mais músicas acessíveis a outros gostos. Ele não disperdiça as guitarras, a demora nas músicas, os intrumentos e um bom violão. O CD é conceitual e tem toda uma história por traz de cada música que cabe a cada um desvendar.
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- Adi Ran (Unplugged). Um judeu Breslov, um judeu mais do que alegre. Que canta músicas para agradecer e para melhor se sentir. A pureza é conteúdo chave neste mestre da música. Foi esse mesmo que fez a trilha sonora do filme Ushpizim, cantando Atah Kadosh. Meio desengonçado com a voz, mas muito esperto com o violão. Há os que odeiem o estilo, mas aqueles que gostam, amam Adi Ran porque sabe que seu trabalho é um trabalho do bem, que eleva a alma e aumenta o desejo de viver.
Equilibrio Distante (Renato Russo). Nunca fui fã de Legião Urbana, acho que foi porque muita gente gostava daí, como gosto de ser o do contra e o diferente, não gostava. Mas com o passar do tempo passei a me interessar por algumas músicas, até chegar no álbum solo do Renato Russo, que é Equilíbrio Distante. Talvez porque ele tenha descoberto mais sobre sua ascendência italiana e eu me identificado com a minha. É um trabalho lindo, com músicas lindas. A voz dele está mais "azeitada" e não há aqueles "violões de rodinha de Brasília". Acho que é um álbum maduro e muito bem feito, bem pensado e bem escrito. Recomendo para quem não conhece e tenho certeza que fez sucesso na Itália, nossa segunda pátria. Renato Russo é bem melhor sem sua Legião!

- Avi Ben Israel (Paamim ki tov). Músico israelense muito interessante que faz participação em diversas bandas. Com músicas muito marcantes, e sempre muito alegres. Vejo nele o verdadeiro ritmo israelense, assim como em Yoav Itzhak. Este não é o único CD dele, mas é um dos melhores, pois me parece ser uma coletânea. Gostaria de ver mais músicas assim, alguns pensam até em ser um forró do Oriente Médio, mas eu acredito que a marcação da música e os instrumentos contribuem pra isso. Vou verificar outros CD's dele e colocar aqui também, pois é muito bom mesmo. Este eu descobri na internet, no site de Israel Music e depois adquiri pela internet mesmo. Não sei se vale a pena por conta do preço, mas pra quem curte vale a pena. Procurem também informações no youtube. Para quem gosta de música árabe ou israelense é sem dúvida um prato cheio.

- Domenico Scarlatti (Complete Keyboard Sonatas). A coleção Naxos é, evidentemente, a coleção de músicas clássicas mais acessíveis do Brasil. Você pode encontrar de tudo e com uma qualidade muito boa de gravação. Não sou um especialista em músicas clássicas, mas gosto pontualmente de alguns compositores clássicos como Domenico Scarlatti. Já tenho post sobre ele, então não comentarei sua biografia. Aqui me preendo no seu estilo barroco, bem pincelado e muito bem executado no piano e cravo. Corro um grande risco em dizer que prefiro ele a Bach. Mas isso é porque sou do contra mesmo. Além disso, Domenico Scarlatti é filho de Alessandro Scarlatti, outro grande compositor da época. Nesta coletânea vocês vão encontrar pérolas valorosas do artista italiano. Confesso que não tenho a coleção toda, mas do que tenho não abro mão. É divino, encantador e mágico, consigo arpejar algumas notas de cabeça de tão instigante e brilhante!
- Missa Solemnis (Pro Die Acclamationis Johannis VI). Esta é uma missa. Mas não é uma missa qualquer. É a missa de aclamação da chegada da Familia Real ao Brasil, em homenagem ao Rei João VI. Isso mesmo!!! Uma missa completa, recém executada e gravada em uma belíssima interpretação da época da chegada da família real portuguesa no Brasil. O encarte detalha a execução da missa e toda a liturgia. É uma peça belíssima, que só pode ser ouvida em um bom som. Só de pensar que o rei tinha uma liturgia em sua homenagem e que toda a missa está a nossa disposição para ouvir quando quisermos em casa é realmente um privilégio. Eu comprei porque gosto muito da história do Brasil, especialmente da família real. Ademais, a missa era muito mais bonita do que conhecemos hoje. Apesar do latim, acho que dava um ar de seriedade e respeito às cerimonias, hoje impossível com o advendo do movimento carismático (nada contra).
- Arnaldo Antunes ao Vivo no Estúdio (Arnaldo Antunes). Um CD que reune artistas, colegas e antigos trabalhos, assim como os novos. Arnaldo faz uma espécie de "pocket show" no estúdio ou algo assim e aproveitou para gravar um DVD e um CD. Coloquei na categoria de CD porque acho que neste caso é melhor ouvir do que ver o trabalho. O DVD é em preto e branco e não há muitos efeitos, palco, apresentação. Neste caso, acho melhor ouvir. O som está muito bom, apesar de não ter bateria. O baixo também não existe, mas com o efeito dado aos violões e guitarra, o grave do baixo aparece. Outro destaque é para o teclado, bem marcante na música "O que" e em outros momentos. Parece um Hammond, mas eu como não conheço teclado e coisas do tipo, não me aventuro em dar palpite errado. Para quem gosta deve comprar e para quem não conhece deve comprar este para ter uma visão geral do trabalho do Arnaldo. Entretanto, não é um CD acustico, muito menos plugado. É algo diferente, assim como Arnaldo é...
