domingo, 12 de setembro de 2010

A pressa é inimiga da perfeição

Estava folheando o novo livro traduzido por Paulinho Rosenbaum, Pérolas de Yehoshiahu, do Rabi Yehoshiahu Pinto, quando me deparei com o primeiro texto do compêndio, que trata do tempo e de seus poderes silenciosos, mas inexoráveis. E, de repente, percebi que há sabedoria em cada segundo que passa, em cada momento que se deixa correr.

O Rabi afirma, com uma certeza que impressiona, que “para tudo, o melhor é o tempo”. Para a perda de um ente querido, para a cura de uma doença, para a superação de qualquer acontecimento — o tempo sempre ajuda, sempre supera, sempre transforma. É um mestre paciente que não se cansa, que não julga, que não se apressa.

E há, ainda, a lição de que com paciência, esforço e calma podemos alcançar o impossível, o difícil, o que às vezes parece inalcançável. Uma verdade simples, porém profunda: tudo que vem fácil vai fácil. Sem esforço, nada se valoriza; sem dificuldade, o prazer se dissipa. O tempo é o escultor de nossas conquistas, o alquimista que transforma pequenas tentativas em resultados duradouros, o guardião que mede o esforço e aprimora o sabor de cada vitória. Savlanut, bevacashá — paciência, com persistência!

Ao refletir sobre essas ideias, percebo que a paciência, a verdade, a pressa, a calma e a dor estão intrinsecamente conectadas. Somente o tempo tem a força de acalmar a dor, de dar sentido ao esforço, de conceder a vitória merecida. Nenhum sucesso obtido sem luta é verdadeiramente completo; nenhuma alegria é genuína se não se esperou, se não se trabalhou por ela.

Ainda tenho muito pouco tempo para estudar mais a fundo essas ideias, e talvez minha explicação não faça justiça à profundidade do Rabi. Mas é justamente essa percepção: a de que devemos sempre retornar a temas como este, repensá-los, revisitá-los, como se o tempo fosse um livro que se escreve em páginas sucessivas, revelando gradualmente suas pérolas.

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