sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ciclo do Tempo

Todo mundo sabe que quando somos crianças queremos passar o tempo, brincamos de casinha, escritório, fingimos ser adultos. As meninas passam batom, os rapazes querem vestir terno. Usamos frases usadas, cruzamos as pernas e ainda achamos chique fumar um cigarro. Até chegamos a comprar o jornal, pra parecer um pouco mais intelectual.

Chegamos na adolescência e já nos sentimos adultos, independentes, donos de nós mesmos. Falamos igual gente grande, somos revolucionários. As leituras passam a ser instigante, emocionante. Descobrimos o sabor do beijo, o que é amar e estamos prontos para fase adulta. Quando chegamos lá percebemos que o bom mesmo era ser criança. Tudo que fazemos se transforma em problema, a vida em si é um problema e a cobrança deixa de ser dos pais e passa a ser da vida. Mas nem sempre os país deixam de cobrar. Por menos que parece eles gostam de comparar.

Geralmente comparam a situação do filho com a situação do filho do amigo, do vizinho ou do irmão. As vezes querem ajudar, mas acabam atrapalhando. E quando achamos que estão atrapalhando, percebemos depois que estão ajudando. Até que ponto isso é saudável? Até que ponto devem interferir? O tempo é muitas vezes cruel, porque ele simplesmente poderia passar rápido ou simplesmente poderia passar. Mas o compasso do tempo não muda, só muda para quem passa pela necessidade de medi-lo, de pensar que passou rápido e quando chega acha que está passando devagar.

Eu hoje não estou muito a favor do mundo, mas é só no dia de hoje, acho que vai passar. Eu só espero que o tempo não me prenda no azar. De repetir o mesmo dia sem poder me soltar. Afinal, só é livre quem esquece o relógio em casa e não conta dos dias da semana. Quando menos percebe, já está no fim do dia, do mês ou do ano. Felizes são aqueles que não dependem da boa vontade do relógio ou do discurso de um profano, que se julga santo e que nós estamos errados porque não somos iguais a fulano!

Eis o passar do tempo.

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