domingo, 29 de agosto de 2010

"Não se faz mais músicas como antigamente..."

Ouvi muito esta frase na minha vida e agora eu a uso. Acho que é sinal de que estou caminhando mais no tempo e no espaço. Hoje ouvi uma música que costumava ouvir quando era pequeno, que ouvi na adolescência. Claro que a música é de muito antes, mas marcou minha adolescência. É uma canção interpretada por Etta James (magnífica cantora que ainda não vi surgir uma igual), chama-se "I'd rather go blind".

A música foi escrita por Ellington Jordan e, também, por Billy Foster. Quem a gravou primeiro foi Etta James, em 1969 e hoje outras intérpretes a fazem. O que me doi é quando alguém pensa que a música é nova e é de "fulano de tal" que está na moda hoje em dia. Fico chateado porque quem a interpretava passa a ser esquecida, mas felizmente tenho um blog pra dizer que o mérito é e sempre será da divina Etta James!!!

A tradução da letra eu deixo por conta de cada uma que se identifique com ela. É sublime, nos faz lembrar, sofrer e até amar aquela que um dia foi impossível na vida da gente ou, ainda, se apaixonar por alguém ouvindo canção de tão simplicidade, profundidade e magestade. É dificil não se apaixonar pelo timbre, pela emoção e pela intensidade de Etta James quando a canta. A sorte é que temos "youtube" para buscar e ouvir e ver a grande cantora.

Pra mim, o melhor video dela é com o estupendo Dr. John, em um show liderado por B.B King e outros grandiosos músicos. Não sei como se chama, talvez algo como "B.B King and Friends", dentre eles Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, Dr. John, Phil Collins e muitos outros. A canção é linda e o show magnifico. É dificil até de encontrar adjetivos para a condição em apreço, somente um dicionário e mesmo assim faltariam palavras, sem dúvida.

Viva, Eterna Etta James!!! 

sábado, 28 de agosto de 2010

O Amor, a Compreensão e a Tolerância como atributos espirituais

Amor, Compreensão e Tolerância, três palavras que parecem, em sua essência, se completar e até mesmo chegar a significados muito próximos. A verdade é que as três virtudes acima são de um ser espiritualmente evoluído. Não é fácil encontrar as três características em uma única pessoa. Se pudermos encontrar uma pessoa com tais características, podemos dizer que é um “justo”, um Tsadik, no hebraico, isto é, humilde de corpo e alma.


Minha visão sobre o assunto, muito tosca e talvez tacanha, sem polimento e pouco conhecimento dos muitos mistérios que envolvem os níveis da alma, os conceitos espirituais, as questões relacionadas à árvore da vida, da Kabalá, e outros muitos aspectos que não são de meu conhecimento, só podem reafirmar a complexidade para mim em definir as virtudes acima como atributos espirituais. Por esta razão apresento um breve comentário do que pessoalmente acredito ser o Amor, a Compreensão e a Tolerância em um entendimento espiritual.

As três virtudes acima mencionadas me levam a pensar no casamento. Digo isso porque o casamento só existe e permanece se existe o real amor, a real compreensão e a real tolerância. Somente abrindo mão de nossas vontades conseguimos entender, amar e tolerar o outro, o próximo, a nossa alma gêmea. Assim, o casamento, além do material, do físico, do que de fato existe, perpassa a realidade e entra em um nível espiritual, onde duas almas se tornam uma, uma única alma que compartilha em um nível mais elevado o amor, a compreensão e a tolerância. Talvez este possa ser considerado um atributo espiritual para as três referidas virtudes.

Não obstante, não devemos entender o amor como sendo somente aquele relacionado à pessoa amada. A palavra amor, que por muito tempo tem recebido diversas definições, não se prende ao amor entre homem e mulher e sim de pai e filho, de amigo e amigo e o maior e mais especial de todos: o amor ao próximo. Este sim está intimamente ligado ao atributo espiritual. Amando uns aos outros não teríamos porque discutir, não teria porque ter desavenças na família, discórdia entre os amigos, discussões políticas, confrontos religiosos e, em um nível extremado, guerras e desigualdades. Viveríamos em um mundo que Platão chamou de “utopia” e que hoje é usado para falar de algo impensável e inimaginável, devido à dificuldade que nós temos em nos relacionar uns com os outros. Talvez seja a falta de amor ao próximo que impeça qualquer tentativa duradoura de paz no mundo (isto se partirmos para uma análise menos complexa e mais simplista da situação).

Sempre que se fala em espiritualidade, nos remetemos à alma, ao espírito e por isso, inevitavelmente, volto a falar dos níveis da alma, da elevação e do aperfeiçoamento de nossa alma, com vistas a atingir um estágio avançado, mais próximo de D’us. Por esta razão, praticando o amor (e aqui me refiro ao amor incondicional ao próximo) estamos elevando nossas almas às alturas e abrindo mão de qualquer materialidade, conquista ou disputa que possa existir no mundo físico.

No que diz respeito à Compreensão, não acredito que deva ser dissociado do Amor, assim como da Tolerância. Como já afirmei nas linhas acima, as três virtudes se completam e em seu sentido último convergem para o mesmo caminho. A compreensão, não diferente do amor, significa, mais uma vez, abrir mão de vontades, é simplesmente a atividade de ouvir e se preocupar (no bom sentido) com o próximo, é se importar em sua essência. Atualmente, importar-se com alguém parece ser uma ação estranha no nosso dia-a-dia, pois as vezes não temos tempo para nós mesmo (o que é um grande erro). Compreensão também está relacionada à Tsedaká, palavra hebraica que muitos traduzem erroneamente como caridade. Na verdade, Tsedaká significa justiça social e é aí que podemos espiritualmente atribuir o conceito de compreensão. Entender e procurar importar-se com a justiça social, seja da sua família, amigos, como do outro (do próximo). Quando falamos em justiça social, logo, em compreensão, não estamos falando em doação de dinheiro ou bens materiais. Claro, podemos também ajudar o próximo provendo utensílios ou elementos de sobrevivência básica necessários a qualquer um, mas em outra esfera, Tsedaká e a compreensão podem ser atingidas com trabalhos ou conhecimentos. Volto a dizer, é importar-se de verdade com “o vizinho”. Este talvez seja o atributo espiritual da Compreensão, a verdadeira “caridade” a justiça social, que não está, torno a mencionar, dissociada do amor.

Por fim falemos de tolerância. Também intimamente relacionado ao amor e à compreensão. Tolerância é diferente de suportar, tolerância não é simplesmente suportar a situação adversa, este é o sentido “não-espiritual” da palavra. Conhecer a tolerância em seu sentido espiritual é mais difícil e mais profundo entender, pois a palavra sempre nos remete a alguma situação adversa que devemos agüentar. Na verdade, a tolerância é respeitar as diferenças, é entender as dificuldades.

Acredito que esta seja a virtude mais difícil de todas de se por em prática – não que as outras sejam fáceis, mas me refiro à dificuldade que o ser humano tem de aceitar o que é diferente de sua realidade, costumes, normas, aparências físicas e outras coisas mais. O ser humano não se preocupa com a essência e sim com o que vê, exemplo disso é a famosa assertiva: “quem vê cara, não vê coração”. Como pré-julgamos antes de realmente conhecermos, não toleramos e, por isso, caímos no erro do preconceito, da injustiça e voltamos a falar de Tsedaká, de compreensão e de justiça social. Realmente, não conseguimos dissociar as três virtudes uma da outra, pois são pilares fundamentais de qualquer atitude que tenhamos na vida, independente de credo ou outra afinidade.

Esta é a grandeza do assunto, discutir três características, que aqui chamei de virtudes, que fisicamente são distintas, mas que em sua essência são indissociáveis e muito parecidas. Assim somos todos nós, fisicamente distintos, mas na essência muito parecidos. A busca por um amor ao próximo, pela compreensão e pela tolerância nos torna mais nobre, mais ricos e cheios de boas energias espiritualmente e é assim que vejo um grande “homem”, um justo, um Tsadik.

Cabalisticamente poderíamos ter uma explicação mais apurada das três virtudes, mas como não domino o tema, não me aventuro a dizer qualquer coisa. Entretanto, como empreguei o hebraico por duas vezes no texto, podemos verificar a ocorrência da letra Tsadi, na palavra Tsadik (justo) e em Tsedaká (justiça social). A letra Tsadi representa, no alfabeto hebraico, a fé dos corretos, e inicia várias outras palavras que nos remonta à explicações mais profundas e elevadas, que não saberia explicar neste momento. Sendo assim, fiquemos somente com outra palavra que, talvez, poderia ser a união das virtudes acima mencionadas, isto é, com amor, tolerância e compreensão, passamos à fé, na crença de que tudo é para o bem, para o melhor e que D’us não faz nada para piorar as coisas, voltamos ao conceito de esperança e percebemos que tudo está associado.

Imaginem, se respeitamos as diferenças (tolerância), se temos amor ao próximo (amor) e se procuramos fazer sempre a justiça social (compreensão), estaríamos, sem sombra de dúvida, no mundo “utópico” de Platão, elevaríamos nossas almas e estaríamos mais próximos da divindade em um mundo completamente superior. Esta é a verdadeira evolução espiritual para nos tornarmos seres melhores, diferentes fisicamente, mais iguais em essência.

O aplauso, mais um detalhe da vida

Geralmente, quando ficamos muito emocionados ou quando algo nos toca de verdade, sentimos vontade de aplaudir. Quando ouvimos uma palestra realmente tocante ou um discurso inteligente, repleto de significados que se identificam com nossos ideais. E que tal um bom show? uma boa música? Aquela banda que você adora e você resolve ir vê-los ao vivo executando uma canção que marcou sua época? Involuntariamente ouvimos o iniciar das palmas e seguimos o "coro". Um barulho estranho e um gesto estranho, que passou a ser comum nos dias de hoje. Acredito que batemos palma com frequência e, na minha opinião, ela está intimamente associada à cultura.

O aplauso é este ruído que significa aprovação, que quanto mais alto, mais aprovado está. É uma forma de comunicação não-verbal. Não é o máximo nos debruçarmos sobre o assunto um instante e pensar quão interessante é o gesto de bater palmas, de aplaudir? É o som do reconhecimento, é agradecer sem dizer obrigado, é admirar e se perder na multidão que soma em um único som, típico e característico que pode ser reconhecido no mundo inteiro! De toda forma, mesmo que não seja em bando, o aplauso individual também é válido, pois é o sinal de que algo é bom e está aprovado.

Geralmente batemos palma para alguém, para um ídolo, para um ator, para um músico, palestrante, autor, escritor, poeta. Entretanto, já parou pra pensar quão agradável deve ser a sensação de ser aplaudido por uma multidão? A emoção em saber que todos ali admiram você, o seu trabalho, o seu gesto, a sua façanha, enfim, você! Eu já passei por alguma experiências de aplausos, nada muito emocionante, mas é confortável ser aplaudido, é se sentir querido, sentir que está certo, que fez algo bom, que muitos aprovam. Aliás, acredito que muitos dos leitores já tenham passado por isso. Pelo fim do curso na faculdade, pela graduação do segundo grau, pelo parabéns do aniversário, por alguma medalha ou algo que tenha vencido ou conquistado na vida. O grande detalhe é que não reparamos nos detalhes da vida, isso sim é importante.

O som do aplauso é insubstituível, é expressão máxima do reconhecimento de alguém por uma cultura. Aplaudir e ser aplaudido pra mim é algo fora do comum. É se importar, é amar e está acima de todo o tipo de carinho que se possa ter. Lembrem-se sempre de aplaudir, de agradecer, de parabenizar, pois o aplauso é isso, reconhecimento, força, uma boa energia para quem o recebe, uma mensagem para que esse alguém continue a caminhada, não desista e siga em frente. Por isso termino com um aplauso para que possamos nos sentir melhor, sempre.

A normalidade da loucura

Acho que a palavra "louco" ou "loucura" é mal interpretada toda vez que vemos, sentimos ou participamos de algo diferente. As pessoas tem a mania ou o costume de taxar o diferente de louco e muitas vezes inibem a "loucura" (diferença) que há dentro de cada um de nós! Alguns ainda confundem as coisas dizendo que o diferente é estranho, é brega, é cafona, é anormal. Tudo isso deveria ser eliminado, pois não passa de preconceito e conservadorismo, por mais que não pareça e isso sim é que é o pior. A pessoa diz não ser conservadora, mas não está apta a aceitar os costumes, moda ou algo do passado. É muito confuso e de difícil entendimento entender o novo conservadorismo que subjulga o conservadorismo do passado.

Digo isso porque nem sempre me sinto igual a todos e quero usar algo diferente ou dizer algo diferente e nem por isso posso ser chamado de louco. Por exemplo: o que há de errado em usar uma camisa sem gola ou uma gravata borboleta? As pessoas acham estranho, comentam, olham estranho e nos sentimos um ser esquisito, um E.T., do outro mundo mesmo. Não dá pra aceitar como normal? Se eu estivesse nu ou usando um terno todo rosa em uma repartição pública, ainda ia, mas acho que a gravata borboleta não é algo estranho, nem diferente ao ponto de se causar comentários que duvidam de minha lucidez. Este é apenas um exemplo simples de como os padrões e o neo-conservadorismo estão imiscuidos em nossa sociedade. É uma pena, pois vejo uma Europa mais normal neste sentido ou a África, que usa suas vestes tradicionais para trabalhar. Sempre falei que não faz o menor sentido usar terno no Brasil, ao menos do centro-oeste pra cima do país. É muito quente para andarmos de paletó. Deveríamos usar vestidos africanos, com diversas cores, seria muito normal.

Claro que nem todos os países africanos utilizam vestes assim, por conta do conservadorismo alguns utilizam o terno, o que é uma pena. De toda forma, deixo claro que não estou revoltado, apenas faço uma reflexão do que é ou não é loucura. Entendo como louco uma pessoa com determinada patologia, com problemas que um psiquiatra poderá tratar ou até mesmo internar, não uma diferença no pensamento. É por esta razão que estamos cercados de pre-conceitos no mundo, por isso que temos guerra, brigas, mortes, discussões, e por ai vai. Por uma pequena coisa que é o preconceito, a não aceitação do outro, das diferenças do outro. O que não podemos aceitar é a desigualdade, mas a diferença é boa e saudável. Imaginem ir na Ilha de Páscoa e encontrar a mesma coisa que encontramos em Brasília? Ou, ainda, ir ao Butão e encontrarmos uma lanchonete de cachorro-quente igual aquela da Asa Sul? Seria muito chato!!!

Por isso necessitamos de reflexão, de diferença, de aceitação e tenho certeza que não teríamos metade dos conflitos que temos no mundo, metade dos problemas de escola, desse negócio que inventaram agora chamado "bulling", que não existia na minha época, de discussões em família. Não teríamos "vergonha", não teríamos preconceito e venceríamos mais problemas do que poderíamos imaginar. Não seria o ideal de Platão, mas já teríamos metade do caminho feito para continuarmos uma mudança.

De toda forma, queria apenas externar um pouco do que passa dentro de mim e não consigo "vomitar". Muitas idéias, muitos pensamentos nos rondam e se vão, se perdem na cabeça e fica difícil de lembrar. Acredito que em outra vida eles voltem e eu os possa utilizar, mas esse é apenas um dos pequenos tormentos que abrigo em mim. Talvez, como fez o filósofo moderno, Ludwig Wittgenstein, isolando-me possa conseguir tirar mais coisas da minha cabeça. Assim, finalizo com uma belíssima frase dele:

"Tenho a impressão de ter conseguido trazer à luz as ondas de pensamento que estavam confinadas dentro de mim".

Isto é o que procuro há algum tempo, se um dia conseguir trazer à luz meus pensamentos que estão confinados dentro de mim, acho que estarei "metade" realizado!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Sou para meu amado e meu amado é para mim"

Esta é uma frase do Cântico dos Cânticos que me emociona! Muitos homens não gostam de demonstrar seu lado romântico ou talvez tenham vergonha de conversar sobre suas paixões. Pra mim as coisas perdem os sentidos se não podemos falar dos nossos sentimentos, especialmente se são sentimentos puros e de amor. Ao falar frases como essa última, tenho certeza que muitos amigos iriam dizer: "Putz, esse Rui é muito pêra!" Bom, é o meu jeito e aqui deixo um pouco dele também.

Mas voltando à frase. Como disse, está no Cântico dos Cânticos, 6:3. Em hebraico, a temos transliterada da seguinte forma: "Ani ledodi veDodi li". Aqui está a inscrição de minha aliança de casamento, se algum dia encontrar a minha perdida alma gêmea (este é outro assunto interessante de se abordar). É um costume, na sociedade israelense e judaica moderna, escrever esta frase em hebraico nas alianças, não é bonito? As garotas me dizem: "Rui, é muito fofo". Eu acho bonito e com significado, também acho diferente e muito romântico, porque não escrever? Alguns colocam dentro da aliança outros botam por fora, fica a critério do que achar mais conveniente.

Acredito que a frase tenha diversos significados implícitos, não somente de amor e paixão, mas também do casamento do céu e da terra, de D'us com seu povo e do homem com a mulher, por isso, creio ser maior do que um simples amor entre os seres. É uma frase muito bonita e repleta de significados. Não me atrevo a dizer cabalisticamente, mas tenho certeza de que por trás da simplicidade das palavras desta frase há uma complexidade de entendimento numérico e filosófico muito importante. Além de encontrar a alma gêmea, ainda tenho de convencê-la a escrever em nossas alianças. Que puxa, tarefa não é tão simples quanto parece.

sábado, 14 de agosto de 2010

Chakana ou Cruz Andina

Em minhas visitas ao Peru sempre mostrei interesse pelos símbolos e artefatos da civilização Inca, assim como das culturas pré-incaicas, que podemos encontrar em TIwanaku, local este que devo visitar mais vezes. O deus Tumi, a figura de Pachamama, a chica (bebida sagrada peruana) e outras coisas mais sempre despertam muita curiosidade e me transportam para outro mundo.

Entretanto, o símbolo que mais me interesso é, sem dúvida, a Chakana, a famosa cruz andina. Cruz essa que pode ser facilmente encontrada em diversos lugares do Peru. Desde objetos de decoração até em portas das casas e igrejas. A cruz andina simboliza, na mitologia incaica, a árvore da vida, como existe em outras culturas. A cruz é formada por "escadas" com quatro polos maiores e quatro outro menores que parecem indicar os pontos cardinais.

O quadrado que se forma na figura da cruz representa os níveis de existência, a saber: Hana Pacha (o mundo superior, habitado por deuses superiores), Kay Pacha, (o mundo de nossa existência) e Ucu ou Urin Pacha (o mundo inferior habitado por espíritos, ancestrais e várias deidades que tem contato próximo com a Terra. O círculo (buraco) que tem no centro da cruz é o Axis que significa que o shaman transita pelo cósmico para outros níveis. Também representa a cidade de Cusco, o centro do Império Inca, e a constelação Cruzeiro do Sul.

Além dessa explicação mais técnica, a cruz tem um significado espiritual pra mim, pois sempre que a vejo me lembro de minhas viagens e de meus amigos, Silvana e Humberto. A cruz simboliza a amizade e a ligação mística do mundo atual com o mundo passado que possivelmente devo ter visitado em outras esferas ou realidades da vida mundana. Posso afirmar que a cruz me traz boas lembranças e sempre será um símbolo de amizade para mim.
The shaman was superior to priests, sorcerers and witch-doctors in that he could modify his states of consciousness and journey at will to the lower level to enquire into the causes of people's illnesses or misfortunes. These were generally attributed to breaches of taboo. Such trances were induced by the ingestion of hallucinogenic substances, most probably ayahuasca, used widely by the Indian shamans of Peru.

O 15 de agosto

Muitas coisas interessantes aconteceram no dia 15 de agosto, vejamos:


1261 - Miguel VIII Paleólogo é coroado Imperador Bizantino em Constantinopla.

1430 - Francesco Sforza, duque de Milão, conquista Lucca.

1519 - A Cidade do Panamá, Panamá, é fundada.

1537 - Fundação de Assunção, capital do Paraguai, pelo explorador espanhol Juan de Salazar y Espinoza.

1824 - Escravos libertos do Estados Unidos da América fundam a Libéria.

1910 - O Papa São Pio X com a Bula Papal Praedecessorun Nostrorum eleva a Diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul à Arquidiocese de Porto Alegre e cria a Diocese de Pelotas, Diocese de Santa Maria e a Diocese de Uruguianana no Rio Grande do Sul.

1914 - É inaugurado oficialmente o Canal do Panamá

1939 - Estréia de "O Mágico de Oz".

1947 - Independência da Índia.

1948 - A Coreia é dividida em duas a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, separadas pelo paralelo 38º N.

1952 - Lançada a pedra fundamental por Cícero Pompeu de Toledo da construção do Estádio do Morumbi.

1960 - A Républica do Congo declara a sua independência da França.

1965 - Os Beatles fazem a sua famosa apresentação no Shea Stadium

1969 - Abertura do Festival de Woodstock.
 
Nascimentos:
1171 - Rei Afonso IX de Leão (m. 1230).


1195 - Santo António de Lisboa, santo católico português (m. 1231).

1432 - Luigi Pulci, poeta italiano (m. 1484).

1591 - Luísa de Marillac, educadora, religiosa e santa católica (m. 1660).

1769 - Napoleão Bonaparte, general e imperador francês (m. 1821).

1771 - Walter Scott, escritor britânico (m. 1832).

1825 - Bernardo Guimarães, escritor brasileiro (m. 1884).

1849 - Dom Antônio Manoel de Castilho Brandão, bispo brasileiro (m. 1910).

1867 - Anathon Aall, filósofo norueguês (m. 1943).

1886 - António Silva, ator português (m. 1970).

1890 - Elizabeth Bolden, supercentenária norte-americana (m. 2006).

1896 - Gerty Theresa Cori, bioquímica tcheca, ganhadora do Nobel de Fisiologia/Medicina (m. 1957).

1900 - Joaquim Rolla, construtor do Palácio Quitandinha, em Petrópolis (m. 1972).

1909 - Alfredo Rizzotti, pintor brasileiro (m. 1972).

1917 - Óscar Romero, religioso salvadorenho (m. 1980).

1922

Carlo Maria Cipolla, historiador italiano (m. 2000).

Lukas Foss, compositor alemão (m. 2009).

1925 - Oscar Peterson, pianista canadense (m. 2007).

1930 - Antonio Graziani, político italiano (m. 2007).

1934 - Nino Ferrer, cantor e antropólogo italiano (m. 1998).

1949 - Glória Maria, jornalista e apresentadora de televisão brasileira.
1950 - Anne, Princesa Real, filha da Rainha Elizabeth II do Reino Unido.

1961 - Leandro, cantor brasileiro de música sertaneja, que integrou a dupla Leandro & Leonardo (m. 1998).

1969 - Carlos Roa, ex-futebolista argentino.

1972 - Ben Affleck, ator norte-americano.
 
1983 - Nascimento do autor do blog

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Diferenças étnicas no Oriente Médio

Muito se fala, mas poucos sabem a real diferença das etnias no Oriente Médio. O assunto (Oriente Médio) é tema de diversas discussões em ambientes acadêmicos, debates políticos, mídia e até mesmo em um bate-papo informal com amigos no bar. Entretanto, muitas pessoas desconhecem a diferença entre um árabe e um israelense ou entre um muçulmano e um árabe, ou ainda entre um judeu e um muçulmano.

A grande verdade é que a riqueza de culturas e a história milenar daquela região é um tema muito explorado, porém pouco esclarecido com relação aos povos e a história em si do Oriente Médio. A mídia foca sua atenção nos conflitos e nos distúrbios dos Governos locais, esquecendo a raiz, a origem e a cultura da região. Sendo assim, este breve artigo visa apresentar as diferenças e os traços culturais das etnias mais marcantes do Oriente Médio e dar um norte àqueles que pretendem entender o motivo dos atuais impasses em diferentes países da região.

Primeiramente, utilizarei o livro bíblico de Gênesis como fonte histórica e ponto inicial para uma possível diferenciação dos povos daquela região. Como é do conhecimento de muitos, o livro de Gênesis narra a origem de dois povos: o árabe e o judeu. Sabe-se que Abraão era casado com Sara e que a mesma era estéril. Sara tinha o desejo muito grande de ter um filho e como não podia pediu que a criada o tivesse com Abraão.

Assim, nasce Ismael. Mas Agar, a criada, menosprezava Sara, pois o filho era dela e de Abrão, não de Sara. Deus envia Agar e Ismael para o deserto, com a promessa de que ele será pai de uma grande nação, com vistas a distanciar Agar de Sara e evitar possíveis complicações. De Ismael nasce o islamismo. Após isso, Deus promete a Sara um filho de Abraão, cujo nome é Isaac, surge, assim, o judaísmo.

Com esse breve esclarecimento, não devemos confundir, então, o povo árabe com a religião islâmica (muçulmana). O povo árabe surge com Ismael, já a religião islâmica, o islamismo, surge com o profeta Mohammed, tempo depois. O mesmo podemos anuir com relação ao povo judeu, pois o povo judeu surge com Isaac, mas somente com Moisés é que teremos uma codificação e traços marcantes do judaísmo.

No entanto, para ser mais preciso e utilizar de dados mais apurados, pode-se dizer que o povo árabe é um povo heterogêneo, originário da península arábica constituída por regiões desérticas. O povo árabe pode ser identificado por motivos políticos (se ele vive em um país membro da Liga Árabe), por motivos lingüísticos (sua língua materna é árabe) e por motivos genealógicos (ascendência até os habitantes originários da península arábica). Entretanto, nem sempre os fatores mencionados acima definem um árabe por completo, segundo Habib Hassan Touma (1996, p.xviii), "A essência da cultura árabe deve envolver a língua árabe, o islã, a tradição e os costumes”. Ou seja, árabe, no sentido moderno da palavra, “é alguém que é cidadão de um estado árabe, conhece a língua árabe e possui um conhecimento básico da tradição árabe, isto é, dos usos, costumes e sistemas políticos e sociais da cultura." (definição da Liga Árabe).

Pode-se resumir, assim, que os árabes são um povo semita que tem sua ascendência de Ismael, um dos filhos do antigo patriarca Abraão. O povo árabe pode ser, ainda, dividido em duas outras segmentações: os xiitas e os sunitas. Os xiitas são o segundo maior ramo de crentes do Islã, constituindo 16% do total dos muçulmanos. Os xiitas são partidários de Ali, casado com a filha do Profeta Mohammed, Fátima. Os xiitas não aceitam as direções dos sunitas, uma vez que somente descendentes do profeta são verdadeiros Imãs (Guias do sagrado Corão e Sunna). Receberam o conhecimento de forma secreta por Deus. São mais religiosos e mais ortodoxos. Já os sunitas formam o maior ramo do Islã, ao qual no ano de 2006 pertenciam 84% do total dos muçulmanos. Os sunitas são partidários dos califas abássidas, descendentes de All Abbas, tio do Profeta. São muçulmanos mais moderados, menos religiosos.

Por outro lado, como já vimos, temos a religião judaica, o judaísmo, que também surge com Abraão. Após o nascimento de Ismael, Deus ordenou que Agar e Ismael fossem para o deserto para ser pai de uma grande nação. Após este episódio, nasce Isaac, filho de Abraão com Sara, e, a partir deste momento, os caminhos das duas religiões começam a ser definidos.
Pode-se dizer que com Isaac surge o judaísmo, apesar das escrituras judaicas narrarem a história da humanidade desde Adão e Eva, perpassando por Noé e Abraão. No entanto, não podemos confundir o judaísmo com a nacionalidade israelense. Como já mencionado, judaísmo é a religião, israelense é a nacionalidade. Assim, nem todo israelense é judeu, da mesma forma que nem todo judeu é israelense.
A tradição judaica defende, em um passado mais recente, que a origem se dá com a libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés. Com a fundamentação e solidificação da doutrina mosaica, uma facção dos antigos hebreus passou a ser conhecida como "Filhos de Israel" (Bnei Israel). É deste evento que surge a noção de nação, fundamentada nos preceitos tribais e na crença monoteísta.

Com relação à terminologia israelense, pode-se definir como todo o cidadão do Estado de Israel, que foi criado em 1948. Ou seja, israelense é a nacionalidade dos nascidos em Israel. Existem muçulmanos israelenses, judeus israelenses, católicos israelenses, dentre outros. Da mesma forma que existem judeus brasileiros, judeus americanos, judeus etíopes, e muitos outros. Podemos dizer, ainda, que existem muçulmanos brasileiros, muçulmanos argentinos, muçulmanos americanos.
Em suma, israelense é diferente de judeu e muçulmano é diferente de árabe. Por fim, devemos dedicar um espaço ao povo persa, que não é árabe, mas em sua maioria é muçulmano. Os persas habitaram a Península Arábica, território correspondente à atual República do Irã, na Ásia. Os persas existem como um pequeno povo de nação distinta desde a antigüidade.

Sem esgotar o assunto, ainda temos beduínos, berberes, turcos, gregos e outras etnias na região para estudar, mas deixarei para abordar com maior profundidade em um outro post ou em um outro blog, que está em vias de criação.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Tratado de Roma (1957): o início da UE

Como italiano, devo falar um pouco sobre a origem da União Européia no meu blog, uma pena não dominar o idioma, mas não faz mal, afinal, o post é para quem quer se inteirar um pouco mais sobre História da Europa e não pra quem já conhece, até porque quem conhece ficará dando pitaco e se tem uma coisa que não suporto é pitaco! Hahahaha!

Bom, o Tratado de Roma na verdade é dividido em dois outros tratados: o Tratado Constitutivo da Comunidade Económica Europeia (CEE) e o Tratado Constitutivo da Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom). Estes dois Tratados (Tratado de Roma) foram assinador no dia 25 de março de 1957, em Roma pela Alemanha, França, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.

Este Tratado é firmado logo após a II Guerra (1957). O cenário europeu não era dos melhores, especialmente porque estávamos em um mundo bipolar e dividido entre EUA e URSS. Economicamente a Europa também passava por dificuldades. Mas é um Tratado de fundamental importância, pois é um verdadeiro pilar para as instituições européias nos dias atuais.

É neste tratado que se estabelece a União Aduaneira, o Mercado Comum e, também, a Política Agrícola Comum da UE (PAC). Acordou-se que em 12 anos as barreiras alfandegárias sumiriam para os países membros. Já à PAC é uma blindagem à agricultura da UE, apoiada pela subvenção do governo aos produtores agricolas. Mas lembro que este Tratado previu somente a livre circulação de bens, com relação às pessoas devemos esperar até 1986. E com relação ao Tratado Nuclear, pouco se avançou desde então. Assim, melhor não comentar.

Criou-se instituições e, aos poucos, os Estados foram cedendo sua soberania à União, até chegar à forma que já conhecemos. E que acho tem dado certo e tem sido exemplo para blocos como o Mercosul, Comunidade Andina, Unasul, Nafta e porque não falar da Alca? Obviamente que todos esses mencionados visam mais o comércio do que uma União Total, como foi o caso da UE, mas até o Mercosul (por mais "capenga" que possa parecer) tem andado.

Por fim, muitas emendas surgiram ao Tratado, Protocolos e mais Protocolos foram assinados, a fim de ir normatizando, pontuando detalhes, instituições, direitos, dentre outros. Talvez o mais significante depois dele tenha sido o Tratado de Maastrich, que instituiu, de fato, a União Européia, mas vou deixar pra falar dele depois, acho que é melhor. Esse é o que funda a União Européia e, acredito eu, é o mais famoso de todos eles. Então, sigamos o exemplo e transformemos a América do Sul em um bloco forte e que o Mercosul possa ser nosso carro-chefe!

Terceira Revolução Industrial, ufa!!!

Então, chegamos à Terceira Revolução Industrial!!!
A verdade é que não existe um consenso sobre o marco inicial da III Rev. Ind. alguns dizem que não se pode dividir a Revolução Industrial e que um passo é consequencia do outro, mas acho que fica mais fácil de entender e de explicar se dividirmos, não é mesmo?

Uma corrente incita a declarar que a partir de 1980 teríamos o que poderia ser o início da III Rev. Ind. Período que marca o fim das crises, das guerras e da bipolarização do mundo. A III Rev. Ind. também pode ser chamada de Revolução Técno-Científica, pois surgem grandes complexos industriais e empresas multinacionais, assim como os avanços da alta tecnologia, que são muito signficativos e que diferenciam do período anterior (porque não dividirmos: I, II e III? - vai entender as correntes). Ademais, o setor produtivo é ampliado.

O que percebemos naquela época, diferente de hoje, é que a fome não poderia ser jutificada pela escassez de alimento, mas às péssimas condições de distribuição de renda. O mundo entra em um novo processo evolutivo: robótica, genética, informática, mão-de-obra especializada, globalização, integração economica, redução da noção de tempo e espaço, comercio, fusão de empresas e formação de grandes conglomerados, monopólios, aaaaaaaaaaaaaaaaaa, pare o mundo que quero descer!!!! É, realmente a II Rev. Ind. trouxe tudo isso que conhecemos hoje e que estamos vivendo, com excessão da escassez de alimentos, que hoje passa a ser, novamente, realidade, além da má distribuição de renda.

O mundo passa a dividir-se nos trabalhadores com altos salários e muito status social e os com pouco salários e com nenhum status social. Também é nesta "nova era" que surgem os blocos economicos, Nafta, Mercosul, União Européia. Os países querem resguardar sua existência e sua importância, assim como desempenhar um papel fundamental no mundo, por isso se juntam em blocos. A competição é grande e juntando uns com os outros fica mais fácil, não é verdade?

É neste cenário caótico que surge o protecionismo também, a criação de barreiras nos blocos para entrada de produtos, o que dificulta a integração economica do mundo, que é exatamente o que acontece com essa famosa Rodada Doha da OMC, surgimento do Grupo de Cairs, G-20 e outros... Podemos anuir que a Rev. Ind. não resolveu os problemas, na verdade nos deixou mais confusos, ao menos para explicar o funcionamento de tudo, pois os temas aumentaram, assim como os problemas.

Como se não bastasse, passamos para um tempo de desconhecimento, de incertezas, ainda mais depois do 11 de setembro, onde surgem novos conceitos, novas preocupações e a desconfiança do próximo passa a ser maior. Mas trato do assunto em um post a frente, para não cansar. Realmente, parem o mundo, quero descer!

Tropicasher?

É isso mesmo meus amigos, "Tropicasher"!!! Trata-se de um convite ao descobrimento do Mundo Maravilhoso do Conhecimento Judaico através de uma perspectiva brasileira da vida. Pra mim é uma forma de responder aos questionamentos daqueles que dizem ser impossível ser religioso no Brasil.

A idéia parece ser encabeçada pelo grandioso Paulinho Rosenbaum e que pode ser conhecido no maravilhoso site http://www.tropicasher.com.br/. Paulinho, que já foi no Jô Soares, já esteve em programas de televisão, jornal, etc, explica, no site acima, que Tropicasher é um sistema educacional de divulgação de valores judaicos em estilo brasileiro, criado por um judeu brasileiro que experimentou as diversas formas de Judaísmo, tais como trabalho no Kibutz, Universidade em Israel, Tzahal e estudos na Ieshivá (Jerusalém e Toronto).

Acho curioso, inteligente e muito interessante a idéia. É uma prova da "democracia" do judaísmo, da adaptação da religião a outras "culturas" e mostra que é possível. Aliado a isso, ainda temos comentários, matérias, música e muitas coisas mais, não deixem de conferir. Parabéns ao Paulinho!!!

Cordial Shalom a todos!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O reflexo do neocolonialismo no hemisfério sul: a II Revolução Industrial

Diferentemente da I Revolução Industrial, que ficou restrita à Inglaterra, a II Revolução Industrial teve uma abrangência maior, perpassando pelos EUA, Europa e Ásia. Acredita-se que ela tenha começado no Século XIX. Depois do carvão e da locomotiva (inovações surgidas na I Revolução), aparecem neste momento o motor à explosão e o petróleo. Também o ferro passa a ser substituido pelo aço e surgem os diferentes tipos de Administração. Mudanças significativas para o nóvo século!


O Fordismo surge com suas linhas de produção em montagem em série (sistema de administração). O ponto negativo deste sistema é que o trabalhador, mais do que na I Revolução, ficava mais alienado, pois somente se inteirava de sua parte do sistema produtivo, não conhecendo os outros segmentos. Assim seguiu o mesmo exemplo no Taylorismo, que dividiu entre funções intelectuais e funções laborais. A nova Revolução buscava um aumento na produtividade e também demonstrava a necessidade por novos mercados consumidores, assim como novos fornecedores de matéria-prima.

Este sistema de “grande produtividade” deu origem ao que chamamos de neocolonialismo, isto é, as potências produtoras “colonizavam” países da África, Ásia e América (central e sul) para fornecerem matéria-prima e, uma vez industrializados, os produtos eram exportador para os países fornecedores.

Eu acredito que este neocolonialismo seja a fonte do atraso nos países do sul. A política “do norte” atendia aos interesses comerciais das nações de fato envolvidas com a Revolução Industrial. Por outro lado, os governantes do sul não estavam muito interessados com o desenvolvimento do país e sim com os interesses dos grandes latifundios. Muitas vezes os governantes eram proprietários e exportadores de matéria prima e para eles valia a pena exportar e não se preocupar com o desenvolvimento nacional. A economia da época atendia aos interesses exclusivos daqueles que de fato estavam envolvidos com o sistema agrário produtor-exportador.

Assim, tinhamos um equilíbrio. As nações industrializadas não queriam que outras surgissem para competir, por outro lado, pagavam pelas matérias primas, que eram fornecidas por aqueles que controlavam a economia dos países. Nessas condições, os países fornecedores de matéria-prima, sem tomar ciência disso, tornavam-se “colônias informais” dos “importadores industrializados”.

A economia e a política mal planejada fez com que o desemprego nos países fornecedores de matéria-prima prejudicasse o desempenho econômico das nações, que até hoje sofrem os relfexos da I e II Revolução Industrial. Além do fracasso político de muitos países, o problema com a situação economica era grave. Muitos países se tornaram agrícolas por “imposição economica” da Europa e EUA, a mão-de-obra não se especializou e o trabalho manufaturado não suportava a demanda. Tenho pra mim que este é um dos fatores determinantes para o pouco sucesso industrial e economico dos países do sul nos dias de hoje.

Ademais, acrescento que quando não nos preocupamos com o futuro (me refiro ao futuro de todos) nos tornamos responsáveis por qualquer tipo de desgraça que possa ser sucitada. Por exemplo, questões do meio ambiente, questões economicas, políticas dentre outras. Se pouparmos água, vamos ter no futuro, se lutarmos por um bom representante, garantiremos a democracia no amanhã, se evitarmos o endividamento e políticas economicas pouco viáveis, teremos a certeza de um país mais jutso e assim por diante.

Direita, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda...volver!!!

Não sou comunista, nem tenho pensamentos voltados para a “esquerda”, se é que isso ainda existe. As mudanças no mundo são tantas que não podemos dizer que o Presidente da República é de esquerda, já ouvi muita gente dizendo que essa separação já acabou e somente os mais atrasados persistem em diferenciá-la. Pois bem, na minha opinião, isso surge juntamente com a Revolução Industrial, do século XVIII. A Revolução Industrial foi um conjunto de mudanças tecnológicas que promoveram impacto profundo no processo produtivo, cujo reflexos influenciaram na área economica e social. Ela começou na Inglaterra, em meados do século XVIII e expandiu-se para o mundo a partir do século XIX.
Basicamente foi a mudança de uma economia agrária (manual) para uma economica dominada pela indústria. As mudanças foram várias, em diferentes áreas, tendo em vista os seguintes fatores: uso de novas fontes de energia, invenção de máquinas (aumento da produção), desenvolvimento da divisão internacional do trabalho, melhoria nos transportes, urbanização, aumento da possibilidade de comunicação, terra deixou de ser fonte de riqueza e ascenção da burguesia (sustenta o sistema capitalista).
O carvão se apresenta como nova fonte de energia na época e seu uso que fez com que muitas florestas na Europa fossem derrubadas. Mas hoje o desmatamento e as questões ambientais se voltam para os países do sul. Fica a pergunta aos conterrâneos Europeus do porque cobrar dos “povos do sul” uma responsabilidade com a proteção do meio ambiente se foram eles que deram início ao processo de destruição com a I Revolução Industrial? Acredito na repartição da responsabilidade, mas não acho que este assunto deva ser conduzido por aqueles que exterminaram toda a cobertura original das florestas do norte. O papel de liderança no assunto deve ficar com países do sul.

Pois bem, voltemos à I Revolução. É com todas essas mudanças que surge a maldita separação de classes. É, essa mesmo: a luta de classe. De um lado aparece a burguesia e do outro o proletário, a classe trabalhadora. Essa diferenciação também é ortodoxa e “puxa a sardinha” para o lado esquerdo da conversa. Bom, de toda forma, com a separação, a classe operária começa a se organizar por meio de sindicatos para reivindicar melhoria no salário e condições de vida. Aliados a isso, surgem, igualmente, os teóricos que defendem a classe operária e incentivam a luta dos trabalhadores, e, dái, Karl Marx (judeu-alemão), considerado o pai do socialismo científico, aparece.
Outros teóricos, como Adam Smith, também defendem a separação de classe, afirmando, diferente de Marx, que existe uma mão invisível, controladora da economia e por isso o Estado não precisaria intervir. Aparece, então, o Laissez-faire (deixar fazer), o liberalismo clássico que se definia como teoria da Revolução Industrial. Para ele, existiam leis, como na natureza. Esta era a lei da oferta e da procura (lei de mercado), onde sempre existiria uma tendência ao equilíbrio. O Estado não deveria intervir nas relações econômicas.
Temos, assim, o que costumam chamar de direita x esquerda. Karl de um lado e Adam de outro. A partir dessa separação muitas teorias e teóricos irão disputar espaço nas discussões políticas, economicas e sociais no mundo. As pessoas se apaixonam pelo sentido dado às palavras e à emoção muitas vezes toma conta de uma discussão, muitas vezes infundadas. Hoje, não consigo mais enxergar um mundo assim. Evidentemente que existem países ainda presos ao sentimento comunista-socialista, mas estou certo que poucas pessoas no mundo ainda interpretam dessa forma o “equilíbrio” em que vivemos. Salvo também aos problemas de desigualdade nos países do Sul, mas não vejo a discussão “diretia-esquerda...” presente e sim, ingerência dos governos e corrupção política muito forte nas democracias do hemisfério sul, acho que não mais diferença de classes, pois nem trabalho o “proletário do futuro” tem!